Assisto
aos noticiários atônita, são mais de 220 municípios do nordeste que decretaram
estado de emergência, é a maior seca dos últimos 30 anos. Na Bahia esta é a mais
intensa dos 47 anos. São colheitas que não se desenvolveram, é o gado morrendo
de sede é de fome devido a falta de água e pastagem, são ainda, famílias nordestinas
que racionam e consomem todo tipo de água insalubre na esperança de sobreviver
aos efeitos devastadores da seca. Mas o que mais assusta não são esses fatos
tão chocantes, mas, principalmente o descaso com que o problema é tratado pelo
Estado, pois, se é fato que os nordestino já sofrem há décadas os efeitos da
seca, fenômeno natural, por que então
o Poder Público não implantou há tempos políticas eficazes de convivência com a
seca?
Investimentos
vindos do governo federal para os municípios atingidos pelo fenômeno climático
da seca são constantemente divulgados, no entanto, o que se observa são medidas
paliativas que não resolvem o problema da miséria que assola principalmente os
pequenos agricultores. Além de a história mostrar que tais investimentos
alimentam a chamada Indústria da Seca,
que engorda a conta daqueles que deveriam resolver o problema. É preciso que a
população do nordeste perceba que: sendo a seca um fenômeno natural, não há
como modificá-lo, mas pode se aprender a conviver com seus efeitos se o governo
traçar políticas de convivência com o semiárido que modifique de fato essa
cultura da fome que é “plantada” todos os anos.
O
mais intrigante é que enquanto a população mais pobre sofre com o aumento no
preço dos alimentos, já que a agricultura familiar não é priorizada, os efeitos
da seca parece não atingir o vigor do agronegócio, sobretudo na região do Vale
do São Francisco, onde as águas do rio São Francisco servem para irrigar uva e
manga enquanto o feijão não germina por falta de água. Por todo o exposto, fica
evidente: o que falta ao Nordeste não é água, mas vontade política para
resolver a questão.
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