Luciana Santos Souza[1]
Lucianasouza243@gmail.com
UPE-Universidade de Pernambuco
Campus Petrolina
O filme Escritores da
Liberdade retrata uma história real, ocorrida nos Estados Unidos em 1994, em
que uma professora, Erin Gruwell, assume uma turma de alunos do 2ª ano. E adquire
a difícil tarefa de ensinar a alunos indisciplinados, onde, a maioria deles,
tem a vida marcada por histórias de violência domestica e também de conflitos
entre gangues. No entanto, obstinada a mudar a história desses alunos, onde
muitos morrem antes de chegarem ao 3º ano, a professora persiste e utiliza-se
de vários métodos até obter êxito, principalmente quando passa a pedir que os
alunos produzam um diário, contando sobre suas vidas, o que depois irá se
transformar em um livro.
Logo no inicio do filme
o que se observa quando a diretora vai contratar a professora é que ela subestima
a capacidade dos alunos da turma ao dizer que alguns livros, do planejamento da
professora, são difíceis demais a exemplo citou a Odisseia de Homero, segue ainda,
lamentando, dizendo que antes a escola era uma das melhores, pois selecionava
os alunos, como as escolas que, até mesmo hoje, impõem testes seletivos para a
entrada dos estudantes, o que na verdade é uma forma de exclusão, já que
seleciona os estudantes que consideram “mais capacitados”, e exclui do currículos
aqueles considerados “alunos problema”.
Algumas destas escolas estão entre as melhores nos índices do governo.
No entanto, esse fazer escolar foge a ideia de uma educação para a inclusão
inclusive dos marginalizados.
Erien Gruwel demonstra
ser uma professora eficiente, ela é confiante, acredita no ser humano, insiste no
aprendizado dos alunos, percebe que o principal problema da turma é a briga
entre gangues e para mudar isso escolhe os materiais e métodos necessários, a
exemplo ela usa uma faixa no meio da sala e pede para os alunos pisarem nela
toda vez que a resposta as perguntas dela for sim; dessa maneira ela mostra que
todos eles, mesmo de etnias diferentes, tem algo em comum, todos eles são
excluídos e marginalizados pela sociedade. A professora é brilhante ao propor a
leitura do Diário de Anne Frank e fazer a relação do que eles vivem com o
holocausto, e de como o ser humano é cruel ao excluir o outro.
A professora consegue
êxito com seus alunos, mas ela enfrenta o que muitos educadores conhecem que é
a falta de apoio moral e material para ministrar aulas com maior qualidade.
Enfrenta a inveja de alguns colegas que não trabalham de forma coletiva, e que
vêm na hierarquia uma forma de punir os alunos indisciplinados. A professora
desse filme tem a sensibilidade para perceber que educar não é excluir os
problemas que os alunos enfrentam fora da escola, e para tanto ela faz seu
planejamento de acordo com a realidade desses educandos.
O filme é fascinante
para educadores, por ser uma história real e mostrar que a educação é uma
ferramenta poderosa para a construção de uma sociedade mais justa. No entanto,
deixa claro que, educar não é tarefa fácil, mas que é possível com planejamento
e dedicação conseguir um aprendizado satisfatório, mesmo em turmas de alunos
com problemas econômicos, sociais e familiares tão graves.
[1] Licenciada em Geografia pela Universidade de Pernambuco Campus Petrolina no ano de 2008. Pós-graduanda em Ensino de Geografia na mesma instituição de ensino, 2014.