A Eleição do Aborto
A eleição que decidirá quem vai governar o Brasil em 2011 parece estar pautada em um único assunto: A legalização do aborto. Tudo começou com boatos espalhados na internet ainda no primeiro turno de que a candidata Dilma Rousseff apoiava a legalização do aborto, verdade ou não, há os que acreditam que esse tenha sido um dos motivos para que a candidata do PT tivesse que disputar o segundo turno com José Serra do PSDB. Pronto! Isso bastou para que esta eleição se tornasse “a eleição do aborto” já que, a todo o momento José Serra acusa a candidata Dilma de ser a favor e de ter mudado de opinião para agradar eleitores, enquanto Dilma tenta se defender da acusação chegando até a assinar um documento em que se compromete a não mudar a legislação referente ao assunto. A corrida agora entre os dois candidatos é para ver quem visita mais igrejas, quem se reuni com mais lideres religiosos. A impressão que se tem é de que ganha a eleição aquele que provar ser contra a legalização do aborto, aquele mais chegado a Deus. Falso puritanismo? O tema é polêmico. Eu particularmente prefiro não misturar política com religião já que dá ultima vez que a igreja comandou a política a Terra era quadrada e o Sol girava em torno dela. Sou contra o aborto por princípios cristãos. Não acho que essa seja a questão mais importante dentro de todo um plano de governo que devam durar quatro anos. A questão é sim polemica para tento, é preciso se despir de preconceitos; se deixarmos a hipocrisia de lado veremos que isto é uma questão social. Onde diversas mulheres, de maioria pobre e em plena adolescência, morrem nas mãos de bandidos em lugares imundos, enquanto a elite aborta com todo conforto em clínicas especializadas. Acredito que a população deveria se preocupar não apenas com a legalização do aborto, mas principalmente com o déficit da educação, com as condições precárias em que se encontra a saúde pública e ainda com tráfico de drogas. Já que estas questões tem “abortado” a vida de milhões de brasileiros, antes ou depois do nascimento. É preciso analisar se as propostas dos dois candidatos possibilitam concretamente a melhoria da qualidade de vida da população e assim conseqüentemente os casos de aborto no Brasil diminuirão sendo ele legalizado ou não.
Luciana Santos Souza
Licenciada em Geografia pela Universidade de Pernambuco
UPE- Petrolina